O mal espiritual e corporal aparece pela diminuição do Ser puro que subsiste em nós, e pelo aumento do não-ser impuro que nos encerra por todos lados. (IV, 35)
A besta irá diminuindo nas trevas do mundo e o anjo irá se fortalecendo na luz de Deus, e a separação última se realizará sem dilaceramento.(XXIII. 16’)
Um dia o anjo voltará a animar a besta purificada pelo fogo, e todo o composto ressuscitará na gloriosa e incorruptível unidade do Único. (XXIII, 18’)
« Se nos apagamos sinceramente, Deus nos fará sair à luz; mas, se pretendemos brilhar, ele nos mergulhará nas trevas do esquecimento. » (XXI, 58’)
Se a nossa vida interior não cresce na medida em que a nossa vida exterior decresce, no dia do juízo somente teremos como herança a sujeira da morte. (XXI, 29’)
Aquele que entrega todos os seus dons a Deus alcança a simplicidade divina, que é como a humildade perfeita. (XI, 42)
A fé do crente é apagar a desolação da morte, à força de esperar a ressurreição e a alegria da vida nova. (XV, 29′)
Os malvados provém da nossa falta de bondade, os pobres provém da nossa falta de caridade, os incrédulos provém da nossa falta de fé, os revoltados provém da nossa falta de obediência, e assim com todo o resto. Eis porque a culpa é sempre nossa e jamais dos outros, ao contrário do que acreditamos normalmente. (XIX, 27′)
Acusando-nos do mal que acontece e agradecendo a Deus o bem que se apresenta, estaremos certos de não nos enganar nunca. (VI, 17)
Aquele que está revoltado pela debilidade e pelo extravio dos homens deve se esforçar na santidade, a fim de apagar nele o que tanto o desagrada nos demais.
« Quando nosso sonho for como nossa vigília e quando nossa vigília for como a ausência do mundo e como a presença de Deus, a unidade será realizada em nós. » (XII, 67′)
O espírito reto e simples penetra facilmente até o centro da terra onde repousa o ouro vivo.
« Precisamos alcançar a pobreza absoluta do vazio total para estar exatamente cheios de Deus. » (II, 4′)
Kristo teve que expulsar os comerciantes do templo antes de nele se fazer ouvir. Faremos também o vazio em nós para ouvir a voz do Senhor? (IX, 28)
Estar ausente não é embriagar-se grosseiramente, é permanecer vazio de desejos para que Deus possa nos visitar livremente. (XII, 72)
Choremos por estar tão cheios do mundo e tão vazios do Único. (XIII, 4′)
Se não renunciamos às nossas obras e a nós mesmos, e se não nos tornamos vazios e livres por dentro e por fora, não há liberação aqui embaixo ou em outro lugar para ninguém. (XXIII, 66)
Preservemo-nos da quantidade de drogas e medicamentos dos demasiado sábios que matam o corpo. (XXVI,55)
Comamos e bebamos moderadamente, agradecendo o Senhor que nos dá a vida e que a mantém. (XXVI, 55′)
Preservemo-nos dos jogos de sorte e do álcool dos demasiado cobiçosos que matam o espírito. (XXVI, 56)
Antes cantemos e dancemos e regozijemo-nos com as nossas esposas, sem hipocrisia, no Senhor. (XXVI, 56′)
Preservemo-nos das rádios e dos jornais dos demasiado astutos que matam a alma. (XXVI, 57)
Leiamos o Livro da liberação que nos está dedicado, e componhamos louvações ao Senhor que no-lo envia. (XXVI, 57′)
O silêncio e o jejum absorvem eficientemente os estímulos da impaciência e da cólera, como o amor de Deus e o esquecimento de si sufocam as sementes da cobiça e do orgulho.
Se não esvaziamos o corpo pelo jejum, o espírito pela prece e a alma pela contemplação, como poderá o Senhor nos cumular da sua presença, tripla e única. (XIV, 49′)