A moderação é o próprio do Sábio.
A tirania é coisa do louco.
A insensibilidade é o lote do medíocre.
A Mensagem Reencontrada
Havendo encontrado-o muito belo,
Nunca sopraram palavra disso,
Crendo assim matar o dom
Que deixa os débeis sem perdão.
Poemas da Ressonância
tradução de Regina de Carvalho
As pessoas medíocres, por definição, se opõem ao movimento, ao ímpeto e à vida, pois sua pobreza espiritual e sua secura de alma as levam a obstaculizar tudo o que ameaça animá-las.
A falta de substância as torna pusilânimes, tristes, avaras, hipócritas e covardes.
São guardiães de sua posição e dos bens adquiridos, das morais estereotipadas, das leis congeladas, dos ritos mortos. São os rebanhos de Panurgo dos partidos políticos, a manada supersticiosa dos cultos, os robôs das trevas, os esterilizadores da vida, os furriéis do reino da Besta.
Vexam e oprimem os vivos, inclusive em nome dos grandes precursores. Eliminam a arte em nome da arte e tentam apagar Deus em nome de Deus.
Opõem-se, sistematicamente, a tudo o que parece autêntico e novo no mundo e quando, apesar deles, algum gênio impõe sua visão e sua lei, o submergem-no sob seus emasculados comentários.
Ao não terem coração, espírito nem fidelidade, são para sempre os sepulcros caiados que já repudiava Elias-artista, mais conhecido com o nome de Cristo. Negando, rechaçando ou rebaixando o que os supera, formam a enorme massa dos vadios espirituais da humanidade, à qual nenhum amor poderá voltar a aquecer jamais.
Uma capa cobre o espírito e o coração dos medíocres, e somente Deus poderia libertá-los dela, já que inclusive as belezas da Arte e as feiuras da Ciência os deixam indiferentes.
Todas as instituições degeneram e perecem sob a maré dos medíocres.
Não, nunca houve povos artistas,
nem sequer nas grandes épocas
criadoras, mas houve artistas
inspirados ou alentados por algum
soberano, por alguma aristocracia,
clero, mecenato ou classe social, em
suma, por um público sagaz, cultivado
e pouco numeroso.
Roger Lesbats