Fragmentos da “Física e Metafísica da Pintura”
SOBRE “FÍSICA E METAFÍSICA DA PINTURA” DE LOUIS CATTIAUX
Tradução: Fábio Malavoglia
Além de sua obra maior, A Mensagem Reencontrada, Louis Cattiaux escreveu poesia e um tratado chamado Física e Metafísica da Pintura, publicado pela associação belga “Les Amis de Louis Cattiaux” em 1991 (há também uma edição espanhola, por Arola Editors, de 1998).
Nesta obra seu autor revela-nos os mistérios da criação e da verdadeira Arte.
A primeira parte do livro é dedicada à “física” e se ocupa das técnicas, dos suportes, das impressões, dos pigmentos, dos fundos, etc. É onde Cattiaux escreve a respeito do segredo de seu “medium” pictórico, uma matéria inalterável e transparente que produz o “vibrato” do qual fala em seu tratado.
A segunda parte é inteiramente dedicada à “metafísica”, ao mistério da criação e a todos os fatores e elementos que possibilitam a existência do artista como autor de obras de arte vivas.
Louis Cattiaux é um pintor original porque cria a partir da origem, do lugar onde reside a unidade sagrada da qual emanam todas as formas.
É também um artista radical porque sua arte brota da raiz que alimenta a árvore da nossa vida.
Como bom criador, sua obra não é o produto daquilo que imagina ou sonha, mas do que experimentou e do que sabe.
Sua produção artística poderia ser inscrita na chamada pintura metafísica, e inclusive – em certos aspectos – ser definida como surrealista, posto que submerge nas paragens obscuras do ser humano. Entretanto Louis Cattiaux adentrou nessa escuridão das baixas camadas não para delirar e especular sobre o caos de nossas trevas interiores, mas para nelas contemplar o nascimento da luz. Sua pintura brota, como ele mesmo diz, “das trevas do ser oculto”.
Lendo esta obra, o leitor compreenderá a diferença que existe entre a arte fictícia e aquela que é fruto de uma inspiração fundamentada num dom outorgado pela boa Musa.
Esta é uma obra que surpreenderá e apaixonará àqueles que ainda possuírem a intuição e a sensibilidade necessárias para diferenciar, na arte, a vida do inerte.
Apresentamos a seguir a versão portuguesa de alguns fragmentos da obra Física e Metafísica da pintura.