Seleção: E.d’Ansembourg
Tradução do espanhol: Regina de Carvalho
O ignorante pretende instruir àqueles que não pedem nada.
O home sábio se cala e espera que o interroguem.
A prudência do Sábio consiste em instruir os que o pedem
e em não forçar ninguém a crer ou a saber.[1]
Primeira carta de Emmanuel d’Hooghvorst (EH) a Louis Cattiaux (LC) (15/02/1949)[2]
Seleção: E.d’Ansembourg
Senhor,
É a primeira vez que escrevo ao autor de um libro e duvidei, por muito tempo, antes de fazê-lo. Li A Mensagem Reencontrada; tal como escreve Lanza del Vasto em sua apresentação, se desprende dela um perfume que se cria perdido, mas, como dizia Platão, um livro não é de grande utilidade para os homens se seu pai não se acha junto a ele para assisti-lo e defende-lo. Conheço o filho, mas gostaria de conhecer ao pai. Eis aqui por que vos escrevo esta carta. Viajais alguma vez para a Bélgica? Ou poderíamos nos ver em Paris?
Rogo-vos que me desculpais, Senhor, pela liberdade que tomo convosco, mas dado que existe o correio, me permito utilizá-lo e, sem conhecer-vos, me atrevo a esperar que aceiteis minha simpatia e admiração.
Resposta de Louis Cattiaux a Emmanuel d’Hooghvorst (17/02/1949)
Estimado Senhor,
Sinto-me lisonjeado por teres julgado oportuno escrever-me depois de haver conhecido o livro, e também estou recompensado por creres que alguns homens, contudo, poderiam estar despertos ao mistério de Deus e à sua criação prodigiosa. Creia que minha satisfação de autor é tão nula, neste caso, como grande e plena é minha alegria de servidor e amigo de Deus.
O que o livro vos diz não é nada em comparação com o que é suscetível de induzir em vós, mas para isso hás que lê-lo muito tempo já que tudo está condensado nele em extremo e é aparentemente tão enganoso como o ar líquido…
[1] A Mensagem Reencontrada II, 20 e III, 81’.
[2] Estas cartas estão publicadas em espanhol em LA PUERTA nº 66, El Espejo, Arola Editors, 2007.