Paris-Cairo – correspondência entre Louis Cattiaux e René Guénon de 1947 a 1950

À Marguerite Goupy, que retornou à Casa do Pai em 20 de setembro de 2011

Em homenagem ao seu apoio generoso ao Miroir d’Isis 

Tradução do francês: Marina Coelho Ungaretti

Louis Cattiaux

Paris, 19 de outubro de 1947

Senhor,

O conhecimento único que o senhor parece possuir daquilo que se convencionou chamar a tradição primordial (que eu creio ser a ciência de Adão) e os encorajamentos dos Srs. Chauvet, Chacornac e de Gaigneron, ia me esquecendo do Dr. Rouhier, me levam a solicitar ao senhor a sua impressão quanto ao livro “A Mensagem Reencontrada”, particularmente no que se refere a essa tradição primordial.

Essa obra foi completada desde então em seu texto e pelo acréscimo de um décimo-terceiro capítulo. Faça-me saber se a coisa interessa ao senhor; terei o prazer de enviar-lhe um exemplar corrigido que permitirá ao senhor estabelecer um julgamento, o que seria muito importante para mim.

Eu agradeço de qualquer forma pela sua atenção sempre desperta e lhe envio meus bons pensamentos.

René Guénon

Cairo, 17 de novembro de 1947

Senhor,

Acabo de receber a sua carta; eu já deveria ter lhe agradecido a amável remessa do seu livro, e peço desculpas por não havê-lo feito até agora. Aliás, eu tenho a intenção de dizer qualquer coisa a respeito nos “Etudes Traditionnelles”; no entanto, será preciso sem dúvida esperar um pouco para isso, não somente porque eu não consigo nunca achar tempo suficiente para tudo que eu gostaria de fazer, mas também porque o espaço de que dispomos para as resenhas é muito limitado.

           Além disso, já que o senhor me propõe amavelmente de me enviar um exemplar completado, eu aceito de muito bom grado e lhe agradeço antecipadamente; vejo, portanto, que é melhor que eu espere tomar conhecimento do livro para fazer essa crítica, e também para dizer diretamente ao senhor qual é a minha impressão, como o senhor solicita.

          O senhor Chauvet me falou a respeito do senhor muitas vezes, mas eu não sabia que o senhor conhecia também o senhor de Gaigneron. 

          Creia, eu lhe peço, nos meus melhores sentimentos.